Talento para vencer em Angola

 

 

Há um ano em Angola, Alcione Darian descobriu que Angola é um bom mercado para a atividade de estética. Porém, é preciso muita dedicação, profissionalismo e paixão pela profissão.

Todos os anos, um número grande de profissionais deixa o Brasil em busca de novas perspectivas de vida em outros países. Alguns acabam se frustrando, outros, porém, são bem-sucedidos e conseguem encontrar nessa experiência grandes oportunidades de sucesso profissional.

É o caso de Alcione Ventura Rodrigues Darian, esteticista que está há um ano em Angola. Ela conta que foi para aquele país para acompanhar o marido, que havia sido transferido para uma empresa de lá.

Até então, Alcione, que trabalhava com estética desde os 20 anos no Brasil e já havia realizado vários cursos de estética corporal e facial em Salvador (BA), não pensava em atuar nessa área em um país tão distante. A esteticista diz que a mudança de vida foi muito difícil por se tratar de uma nação muito diferente do Brasil.

“Tudo aqui está em fase de desenvolvimento. As ruas não têm pavimentação e existe muita sujeira nas vias. Mas agora que voltei a trabalhar, me senti muito melhor, pois estou conhecendo uma Angola diferente. As pessoas que tenho conhecido são, na maioria, empresárias, gerentes de banco ou executivas de grandes empresas, viajadas e que gostam de se cuidar. As próprias clientes buscam serviços de qualidade nessa área e reclamam da falta de profissionalismo em relação aos estabelecimentos que atuam nesse segmento”, conta.

Atualmente, Alcione mora em Luanda, no Cruzeiro, um bairro próximo às Embaixadas, que oferece segurança, permitindo que ela possa ir a pé para o trabalho, uma vez que utilizar o carro não é aconselhável, pois o trânsito local é um caos permanente. Quando deixou o Brasil, ela estava morando em Niterói (RJ).

Atualmente, a esteticista trabalha em uma clínica conceituada que ocupa dois andares. No primeiro, há um salão, e, no segundo, a parte de estética. No dia a dia, a esteticista atua no pós-operatório em clientes que passaram por cirurgias plásticas. Geralmente, lipoaspiração, abdominoplastias, mamas lifting etc.

Além disso, Alcione também realiza limpezas de pele, tratamentos de acne e manchas, drenagem linfática manual facial e corporal, e de redução de medidas, termoterapia, crioterapia, endermoterapia, ultra-som, corrente russa, massagens relaxante, modeladora, peeling dermoabrasivo etc.

O dia de trabalho de Alcione começa bem cedo. Às 7 horas, ela inicia o expediente, que se prolonga até às 19h00, e, muitas vezes, até se estende por mais tempo. Em média, ela atende seis clientes por dia com hora marcada. “A rotina é muito corrida. Tiro apenas 20 minutos para o almoço, pois sempre tenho clientes nesta hora. Um problema aqui é que os angolanos faltam e não avisam. Mas dou sorte, porque os que faltam acabam voltando e remarcando. Geralmente, fecho muitos tratamentos personalizados com dez ou até mesmo 20 sessões. Em um dia, chego a realizar quatro limpezas de pele e três tratamentos para redução, em média. Também sou terapeuta natural, mas, no momento, não consigo exercer essa atividade por falta de tempo”, revela.

Mercado em crescimento

 

Quanto ao mercado de trabalho, Alcione diz que as oportunidades estão começando a surgir para os profissionais da área de estética. “Depois da guerra civil vieram muitos brasileiros trabalhar por aqui. Hoje, os grandes salões não enfrentam concorrência, mesmo sem praticar o marketing como deveriam. A maioria dos estabelecimentos utiliza produtos de farmácia, até porque é muito difícil encontrar fornecedor de produtos profissionais. Eu, por exemplo, só conheço dois confiáveis. Um deles, por sinal, é uma brasileira que representa uma linha brasileira e outra francesa, muito boa, mas também muito cara. E sempre temos de comprar a mais, porque a importação demora, sem contar que nem sempre a encomenda chega com os produtos que solicitamos”, relata.

A remuneração também é atrativa, mas depende muito da negociação que se faz com o contratante. Alcione, por exemplo, trabalha em parceria. Dos atendimentos que realiza, ela tira a sua comissão. Com esse sistema, consegue planejar seus próprios horários. Em Angola, a base para negociação é o dólar. De acordo com ela, uma limpeza de pele, por exemplo, custa 80 USD e o tratamento com drenagem linfática manual com dez sessões 506 USD. O custo de vida é também altíssimo, segundo Alcione, tanto em termos de moradia quanto alimentação.

Uma peculiaridade daquele país é que, diferentemente do Brasil, os angolanos não têm o hábito de usar filtro solar, comportamento que Alcione tem conseguido mudar em seus clientes desde que começou a trabalhar naquele mercado. “É uma luta aqui convencê-los de que é importante o uso do produto, mesmo para peles negras. Sempre que realizo uma limpeza de pele, recomendo os produtos de home care e especifico bem a obrigatoriedade da aplicação do filtro solar todos os dias. Até porque o sol de Angola é ainda mais intenso do que no Brasil e as clientes são 90% negras, com problemas de manchas e acne”, ressalta.
Alcione, que começou a trabalhar como esteticista em Angola incentivada por uma brasileira, a quem ela conheceu naquele país e que já fazia carreira nessa área, acredita que vale a pena tentar novas oportunidades profissionais, mesmo que elas sejam no exterior.

“Angola está crescendo muito, o que traz boas perspectivas. Por outro lado, temos um problema muito grande com a política de imigração. O país somente prorroga o visto por duas ou três vezes, podendo permanecer por aqui por apenas três anos. Para quem pensa em tentar carreira sozinho, não aconselho, pois o custo de vida é caríssimo, sem contar que eles estão evitando a contratação de estrangeiros para garantir mais empregos para os angolanos”, descreve.

Para o futuro, Alcione pretende se aprimorar o máximo possível nessa área. “Não me arrependo de ter mudado para Angola. É muito gratificante quando um cliente faz um tratamento, fica satisfeito com o resultado e volta. Mas sei que tenho um longo caminho pela frente. Quero voltar a me reciclar, pois o mercado muda muito e temos sempre de apresentar novidades. Entretanto, o sucesso profissional, seja onde for, depende de muita dedicação, estudo e, principalmente, paixão pelo que se faz”, finaliza Alcione.

 

 Madalena Almeida, jornalismo Estética & Negócios

 

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