Quando a propaganda vale a pena

 

 

A propaganda só se torna eficiente quando inserida corretamente em um plano de marketing, que englobe todas as fases de vida de uma empresa.

Em uma grande quantidade de empresas, ocorre uma desproporcionalidade entre o grande valor gasto em propaganda e o pequeno retorno que esse investimento gera para esses anunciantes. São inúmeras as constatações que aparecem no dia a dia sobre gastos completamente desnecessários em propaganda, ou como o anunciante se deixou seduzir pela lábia do vendedor, ou como esse dinheiro seria melhor empregado de outra forma dentro da empresa.

Todas essas afirmações são completamente fundamentadas, e, realmente, pouco se tem a fazer para consolar os empresários e/ou gerentes que gastaram à toa em propaganda. Entretanto, paradoxalmente, vou afirmar que tais gastos desnecessários ocorrem, pois o empresário não quis, ou achou desnecessário, gastar um tanto a mais para fazer um plano de marketing.

Então quer dizer que gastar R$ 1.000,00 em panfletos e sua distribuição em um mês é jogar dinheiro fora, e utilizar R$ 3.000,00 por mês é empregar bem o dinheiroem propaganda. SIM, ESTÁ CORRETO!

O grande problema com os gastos em propaganda está relacionado com os seguintes itens:

1- Falta de objetivo específico a ser atingido;

2- Falta de ações coordenadas para atingir o objetivo;

3- Falta de aplicação dos recursos de forma contínua;

4- Falta de medição do retorno sobre as ações empreendidas.

Portanto, posso afirmar que a propaganda só se torna eficiente quando inserida corretamente em um plano de marketing, que englobe todas as fases de vida de uma empresa. Um plano de marketing pode, no grosso modo, ser resumido em quatro fases. Para exemplificar, vou afirmar que o custo do plano de marketing é de aproximadamente R$ 40.000,00 anuais.

FASE DE PLANEJAMENTO – Compreende a pesquisa e análise de mercado (demanda x oferta), a especificação dos objetivos, a criação da marca e a determinação das ações a serem feitas e dos controles a serem implantados. Compreende também a criação das peças de publicidade, tais como letreiros, banners, panfletos, slogans, gingles e brindes, que serão gastos nas próximas fases. Gasto estimado nessa fase: R$ 8.000,00.

FASE DE INSERÇÃO DE MERCADO – Compreende as ações necessárias para que a empresa e a marca se tornem conhecidas, portanto, é uma fase onde são gastos grandes valores de forma que no curto espaço de tempo, que compreende da inauguração até os três meses seguintes, a empresa torne-se conhecida e notada. Cabem ações espalhafatosas, como outdoors, bandas de música, coquetéis, panfletos, faixas, letreiros, reclames em jornal, em rádio, ou até em televisão, ou combinação dessas ações. Gasto estimado nessa fase: R$ 8.000,00 no primeiro mês, R$ 4.000,00 no segundo e terceiro meses.

FASE DE CONQUISTA DE MERCADO – Compreende as ações necessárias para que a empresa, que já se tornou conhecida, consiga conquistar a fatia de mercado que ela deseja. Aqui, os gastos são mais comedidos e as ações são voltadas para manter o cliente e fazer com que eles tragam novos clientes. Anúncios em jornais, panfletos de balcão, e-mails, torpedos, cartas e brindes complementarão as ações dessa fase. É importante nesse período, que compreende do quarto ao 12º mês que a lembrança do salão seja mantida na memória dos clientes em todas as datas comemorativas, com promoções diferenciadas e com atitudes dos profissionais, que encantem os clientes como, por exemplo, um “parabéns para você” cantado por todos. Gasto estimado nessa fase: R$ 2.000,00 por mês.

Total gasto no primeiro ano: R$ 42.000,00. O retorno desse investimento deve ser medido ao longo do ano nos seguintes números: total de clientes cadastrados, de clientes fidelizados (que vieram ao menos duas vezes ao salão) e o faturamento anual. A expectativa é que o orçamento em marketing e propaganda seja da ordem de 5% a 8% do faturamento total no primeiro ano.

FASE DE CONSOLIDAÇÃO – Compreende as ações para que o salão, após ter conquistado sua fatia de mercado, impeça a retomada do mercado pelos concorrentes e a entrada de novos concorrentes no mercado local onde ele atua. A propaganda deve envolver parcerias com outras empresas, com os próprios clientes (mantendo-os fiéis) e propagandas locais de forma a definir um espaço na qual a empresa seja imbatível. Essa fase começa no segundo ano e tende a ser expansiva, inclusive, com conquista de novos territórios. O orçamento em marketing e propaganda deve estabilizar em 5% do faturamento bruto. Gasto estimado nessa fase: R$ 4.000,00 mensais.

Com isso, pode-se observar a diferença entre gastar R$ 1.000,00 e não ter pouco, ou nenhum retorno da propaganda, e investir R$ 40.000,00 anuais para esse valor representar tão somente 5% do seu faturamento. Investir R$ 40.000,00 em propaganda significa faturar em torno de meio milhão de reais no ano.

Se pensarmos que uma empresa da área de beleza deixa entre 10% e 15% de lucro líquido, isso significa que o empresário estará tendo um lucro de50 a75 mil reais ao ano. Pense bem no seu próximo investimento.

 

Eduardo Fleming é consultor de empresas e de tecnologia de informação. É formado em Administração na FAM/SP e Engenharia na UFRJ, com MBA em Telecomunicações pela UFF/RJ. Trabalhou nas indústrias têxtil e de telecomunicações e em grandes bancos nas áreas financeira e de tecnologia. Atualmente, oferece consultoria para o mercado de beleza e representa o sistema GRACES para gestão de salões de beleza e clínicas de estética.

 

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Contrato de Prestação de Serviços : Ganhos passados não são garantia de ganhos futuros. Nessa carta nós apresentamos casos reais de alunos que obtiveram resultados concretos, mas em nenhum momento garantimos que você obterá os mesmos resultados. A obtenção de ganhos em valores específicos depende de fatores que fogem ao nosso controle. Nós assumimos aqui uma obrigação de fornecer os meios idôneos à obtenção dos ganhos expressos na proposta de venda, mas não assumimos nenhuma responsabilidade quanto ao resultado específico de cada caso concreto.

Gelda Cabral © Todos os Direitos Reservados

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